Opinião... Yasmina Khadra * A Última Noite de Um Tirano

Data Início: 30-09-2015
Data Fim: 02-10-2015

AutorYasmina Khadra
Título: A Última Noite de Um Tirano
Editora: Bizâncio
ISBN: 9789725305638
N. Páginas: 176

Sinopse:
Uma personalidade como Khadafi não poderia deixar indiferente Yasmina Khadra. Com este mergulho vertiginoso na mente de um tirano sanguinário e megalómano, Yasminha Khadra traça o retrato universal de todos os ditadores depostos.

Comentário:
Antes de mais gostaria de salientar e reconhecer o pouco conhecimento que tenho relativamente à política internacional, principalmente no que diz respeito a outros continentes que não o Europeu. O que sabia de Khadafi antes de ler este livro era praticamente nada... E só por isso, esta leitura já valeu a pena. Mas não foi só por isso! Yasmina Khadra tem, de facto, o dom da escrita e, embora este livro seja bastante diferente dos outros que li do autor, tem claramente o seu cunho.

Em "A Última Noite de um Tirano", Yasmina retrata-nos precisamente o último dia de vida deste homem déspota, fazendo vários parêntisis para nos permitir conhecer e compreender melhor as suas motivações e acções, com particular enfoque na sua infância e na sua ascendência.

Um facto que me deixou a pensar foi que durante a leitura, abstraindo-me da realidade, situaria a acção em tempos passados. Mas estes factos aconteceram há 4 anos apenas o que não deixa de ser chocante... Já que falamos de mentalidades e culturas actuais. 

Uma nota final para o final do livro. Yasmina conclui a narrativa intensa de forma brilhante!

Classificação: 8/10

Terminada a leitura, senti necessidade de pesquisar um pouco mais sobre Khadafi, sobre quem não sabia praticamente nada. Partilho aqui alguma dessa informação:

Muammar Abu Minyar al-Gaddafi nasceu em Sirte, em 7 de Junho de 1942 e morreu em 20 de Outubro de 2011. Foi um militar, político, ideólogo e ditador líbio, sendo chefe de estado do seu país entre 1969 e 2011.
Gaddafi chegou ao poder em 1969, sem derramar sangue, por meio de um golpe de estado e assumiu a função formal de Chefe da Nação até 1977, quando renunciou o comando e alegou apenas ser uma figura simbólica do governo. Em 2008, durante um encontro de líderes africanos, alguns chamaram-no de "Rei dos Reis".
Durante o seu governo, a Líbia experimentou alguns períodos de forte crescimento económico, abalado pelas sanções impostas por países ocidentais contra o seu governo. Devido às enormes rendas provenientes do petróleo, Gaddafi pode sustentar vários programas sociais que acabaram por dar à Líbia o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do continente africano, além de aumentar a participação das mulheres na vida pública e de dar mais direitos aos negros. Durante seu governo, a Líbia teve a menor dívida pública do mundo. Apesar dos períodos de crescimento económico e dos avanços nas áreas sociais, os criticos do seu regime alegavam que Gaddafi concentrava boa parte das riquezas do seu país para si, tendo uma fortuna pessoal estimada em 200 bilhões de dólares, enquanto boa parte da população do país vivesse na pobreza. Muitos dos negócios e empresas líbias estavam supostamente sob controle directo de Gaddafi e de membros de sua família. Na década de 1980, ele participou em vários conflitos armados e assumidamente adquiriu armas químicas. Em resposta, a comunidade internacional lançou várias sanções contra a Líbia.

Seis dias após a captura de Saddam Hussein por tropas americanas em 2003, Gaddafi anunciou que o seu Estado abriria mão de todos os programas de construção de armas de destruição em massa e convidou os inspectores internacionais a verificar. Em resposta, o governo Bush removeu a Líbia da lista de países que apoiavam o terrorismo. Logo em seguida, a ONU retirou as sanções impostas contra o país.
Em Fevereiro de 2011, frente a protestos pedindo a sua derrocada do poder, Gaddafi respondeu aos manifestantes com violência, porém as manifestações contrárias ao seu governo intensificaram-se. Então eclodiu no país uma violenta guerra civil, colocando em confronto forças leais e contrárias ao regime. Durante este conflito, Gaddafi foi acusado de cometer vários crimes contra a humanidade e um mandado de prisão foi expedido contra ele pela Corte Penal Internacional. Em Agosto de 2011, tropas do Conselho Nacional de Transição (CNT) atacaram e conquistaram a capital Trípoli colocando assim Gaddafi e o seu governo em fuga. Em 20 de Outubro, após 8 meses de guerra, o ex-líder foi morto em Sirte por simpatizantes do CNT.
Os seus 42 anos de governo tornaram-no no líder árabe que mais tempo ficou no poder.





Baseado em informação encontrada na wikipédia


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