Opinião... John Green * A Culpa é das Estrelas

Data Início: 18-08-2014 
Data Fim: 20-08-2014

AutorJohn Green
Título: A Culpa é das Estrelas
Editora: Edições Asa
ISBN: 9789892320946
N. Páginas: 256

Sinopse:
Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita. PERSPICAZ, ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e comovente que o premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorando de maneira brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-se vivo e apaixonado. 

Comentário:
Bolas! Termino a leitura deste livro e, apesar de não ficar muito bem escrever isto no blog, só consigo pensar, bolas! Esta leitura doeu...
Li há uns tempos, do mesmo autor, "À Procura de Alaska", que não me encheu as medidas. Confesso que a leitura da primeira metade deste livro me estava a parecer muito na onda do outro livro e não estava a gostar por aí além. Mas o aparecimento de Augustus na história trouxe-lhe um novo fôlego levando o livro para outro nível. Até a linguagem marcadamente adolescente do início desapareceu (ou eu não dei por ela perdida que estava na trama).
Histórias sobre cancro existem inúmeras, porque infelizmente, a realidade mostra-nos cada vez mais casos. Histórias verdadeiras, romances, perspectiva dos doentes, perspectiva dos familiares e amigos que acompanham os doentes, em crianças, em adolescentes, em adultos, finais felizes, finais tristes. Há de tudo um pouco, mas com uma coisa sempre em comum, a dor e a impotência.

John Green mostrou-se um mestre a revelar esta dor e impotência sentida por Hazel, uma adolescente de 16 anos que desde os 13 lida com o cancro (que lhe afecta os pulmões ao ponto de depender de oxigénio continuamente), encontrando-se em estado terminal e sem perspectivas de futuro. Por isso mesmo, Hazel decide distanciar-se de todos porque não quer provocar sofrimento a mais ninguém que não os seus pais quando morrer.
Mas o destino troca-lhe as voltas quando conhece Augustus num grupo de apoio. Augustus encontra-se curado, embora tenha uma perna amputada, mas está presente no grupo a pedido de um amigo, Isaac, a quem o tumor já tirou um olho e em breve tirará outro. A empatia entre Hazel e Augustus é imediata e os dois jovens descobrem aos poucos o amor, independentemente dos esforços de Hazel para o contrariar. 

A ligeireza com que Hazel e Augustus tratam o cancro chega a ser chocante, mas mais não é que uma barreira de defesa que ambos ergueram para se proteger. 
A pre-elegia de Hazel (mais não digo porque não posso, quem ler o livro saberá do que estou a falar) é tocante e brilhante, para mim o grande momento de toda uma leitura que arrasou comigo.
É um romance, como o próprio autor fez questão de frisar, mas não deixa de ser, infelizmente, a realidade de muitas pessoas e, por isso mesmo, doi. Bolas!

Classificação: 8/10

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