Opinião... Domingos Amaral * Verão Quente

Data Início: 04-05-2013
Data Fim: 08-05-2013

AutorDomigos Amaral
Título: Verão Quente
Editora: Casa das Letras
ISBN: 9789724620961
N. Páginas: 320

Sinopse:
Em 1975, no auge do Verão Quente, com Portugal à beira de uma guerra civil, Julieta é encontrada inanimada e cega, depois de cair pela escada, na sua casa de família na Arrábida. E, num dos quartos do primeiro andar, são descobertos, já mortos, o seu marido, Miguel, e a sua irmã, Madalena. Seminus e ambos atingidos com duas balas junto ao coração, as suas mortes levam o tribunal a condenar Julieta pelo duplo homicídio. Vinte e oito anos depois, em 2003, a cegueira traumática de Julieta desaparece e ela volta a ver. Começa também a recordar-se de muitos pormenores daquela tarde trágica em que aconteceu o crime, e em conjunto com Redonda, a sua bonita filha, e o narrador da história, vão tentar reconstituir e desvendar o terrível segredo da Arrábida, que destrui aquela família para sempre. Quem matou Miguel e Madalena e porquê? Será que eles eram mesmo amantes, como a polícia suspeitou? Será que Julieta descobriu a traição infiel do marido e da irmã? Ou será Álvaro, ex-marido de Madalena e um dos «Capitães de abril», o mandante daquele crime?

Comentário:
Uma opinião sobre um livro é sempre condicionada pelos gostos e preferências do leitor. E, para mim, este livro não teve o impacto positivo que poderia ter porque tem uma vertente política para a qual não tenho muito interesse.
Ainda assim, achei a história interessante e bem construída, com suspense q.b. e um crime por resolver, o que espicaça sempre a curiosidade do leitor.
Julieta recupera subitamente a visão que perdera 28 anos antes, numa queda de umas escadas, no mesmo local e hora onde também ocorreu um homicidio de duas pessoas: o marido e a irmã de Julieta. Julieta é considerada culpada do homicidio, principalmente porque a sua familia é considerada fascista e no Verão Quente de 75 foi fácil de arranjar um culpado e, simultaneamente, dar uma machadada no regime.
Julieta é assim presa, está cega e tem um "buraco negro" do que se passou naquela casa, naquele dia, pelo que ela própria não sabe se é ou não culpada.
O narrador da história apaixona-se por Redonda, a filha de Julieta, e compromete-se a contar (e tentar descobrir a verdade) esta história por forma a aproximar-se dela. Nem ele imagina as reviravoltas que a história terá, bem como a sua possível relação com Redonda.

É um livro fácil de ler, com uma linguagem acessível que prende a atenção até ao final. Julgo que algumas partes relativas ao facto de Julieta recuperar a visão 28 anos depois são um pouco forçadas, porque apesar de não ver, ela sabia que as coisas existiam, como por exemplo auto estradas ou o multibanco. Ainda assim, é um livro que merece ser lido!

Classificação: 7,5/10

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